domingo, 16 de janeiro de 2011

Vazio


Olho pro que restou e sinto uma dor aguda... Daí, lembro do seu sorriso e da sua alegria... Lembro das tardes em que a gente passeava no shopping e, depois do almoço, a senhora sempre me perguntava se eu queria um “sorvetinho, minha filha”... Lembro que quando a gente chegava de algum lugar a senhora dava conta de tudo que tinha acontecido... Decifrava olhares, gestos e silêncios... Sábia a senhora!!!
Lembro que ninguém ficava com fome na sua casa... Sempre cabia mais um na mesa! Sempre cabia mais um no seu abraço... Abraço gostoso! Abraço de vozinha! Abraço de como é grande o meu amor por você...
Lembro da família inteira reunida, todos à sua volta, pra conversar, depois do almoço... E das gargalhadas que a senhora arrancava com a maior facilidade de cada um de nós! Como eram maravilhosos aqueles momentos... Como eu vou sentir falta de tudo! Até mesmo de sentar do seu lado e ver a senhora lutando pra ficar acordada e sendo dominada pelo sono, pra minutos depois dizer: “Eu não dormi nadinha minha filha! Fica uma coisa me puxando, me puxando...”
Own vó! Por que as pessoas têm que partir? Por quê? Como vai ser difícil acostumar com sua ausência física! Com a cadeira de balanço vazia... Como vou sentir saudades das suas discussões com Vera e de como, logo em seguida, a senhora pegava o telefone pra ligar pra gente e falar que Vera era ruim, com a voz cheia de amor... Amava os seus contraditórios...
Amarei pra SEMPRE a senhora!!! Até logo, minha gordinha.

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